Trovas - Página 14

 

Quem ama não mata a mata;
quem ama planta, recria.
Quem ama protege e acata
o verde, a vida, a alegria!

A. A. de Assis – Maringá

 

A saudade dos meus filhos
dói, machuca, me amordaça...
Eu comparo aos velhos trilhos
por onde o trem já não passa.

Joamir Medeiros – Natal


 

   

Ao receber seu adeus
Eu pude, então, perceber
Que todos os sonhos meus
Perderam a razão de ser.

Antônio M. Sardenberg – São Fidélis


 

Marcaram minha existência
duas "heranças" fatais:
no amor, a palavra "ausência";
na ausência, a expressão "jamais"...

José Ouverney – Pinda


 

   

Xepeiro, de olhos tristonhos,
à noite, exausto e sozinho,
cato no chão dos meus sonhos
a xepa do teu carinho.

Antonio Roberto – Campos


 

Liberto a paixão contida,
seco as lágrimas do pranto...
e canto... à beira da vida
o meu canto ao desencanto...

Maria Lua – N. Friburgo


 

   

Querida trova, divina,
ah! companheira infalível,
desde os tempos de menina,
me transporta ao intangível!

Carmen Pio – Porto Alegre

 

Amizade que abençoa,
e nos ajuda a crescer,
é gostar de uma pessoa
mesmo sem a conhecer.

Nei Garcez – Curitiba

 

   

Ainda guardo lembranças
de coisas não permitidas:
pedacinhos de esperanças,
restinhos de nossas vidas.

Francisco Garcia – Caicó


 

Orgulho é a bola de neve
que vai, em diário exercício,
levando o infeliz, de leve,
às bordas de um precipício.

Nílton Manoel – Ribeirão Preto


 

   

Nos momentos de tristeza
o silêncio é tão intenso
que a solidão, com certeza,
escuta tudo o que eu penso...

Izo Goldman – São Paulo


 

Quanto sonho não vivido
do jeito que foi sonhado!
Mas tudo tem mais sentido
quando, enfim, é conquistado.

Olga Agulhon – Maringá