Trovas - Página 02

         Tem muito mais graça a vida    

quando a gente tem que com quem
repartir bem repartida
a graça que a vida tem!

A. A. de Assis – Maringá

 

          Saudade, quase se explica

Nesta trova que te dou:
Saudade é tudo que fica
Daquilo que não ficou.

Luis Otávio - Rio de Janeiro

 

   

          Nessa vida de desordem,

Procuro evitar tropeço...
Ela pensa que dá ordem
E eu finjo que obedeço.

A.M.A. Sardenberg – São Fidélis

 

         Se a vida apaga as estrelas

e espalha trevas na estrada,
meu sonho pode acendê-las
criando luzes...do nada!...

Maria Lua - Nova Friburgo

 

   

         Não te peço, Deus amigo,

igual multiplicação:
basta o milagre do trigo,
que a gente o transforma em pão!

Arlindo T. Hagen - Juiz de Fora

 

            Soprei. Apagou-se a chama.

      Disse-te adeus em seguida.
-Quem diz adeus a quem ama
diz adeus à própria vida!

Olegário Mariano – Recife


 

   

       Seu nome ninguém descobre,

E foi onde passei fome...
Rua de menino pobre
Não tem placa, nem tem nome!

Colbert Rangel Coelho – Rio

 

       Ao mesmo tempo em que mata,

    mata e faz viver também...
Saudade é dor que maltrata,
maltrata fazendo bem!

Pedro Emílio - São Fidélis


 

   

          Bendigo a mão calejada

que, num trabalho fecundo,
presa ao cabo de uma enxada,
dá cabo à fome do mundo!

Edmar Japiassú Maia - Rio de Janeiro


 

             A mentira é sonho lindo

Neste meu mundo encantado.
Sonhando, minto dormindo,
Mentindo, sonho acordado.

Sinval Emílio da Cruz – Juiz de Fora

 

 

   

          O remédio do Evangelho,

de dois mil anos de idade,
não perdeu, embora velho,
o prazo de validade.

José Fabiano - Belo Horizonte

 

           Amigos que não convêm

São aves de arribação:
- Se faz bom tempo eles vêm...
- Se faz mau tempo eles vão...

Soares da Cunha – Belo Horizonte