Existe
um antigo adágio popular que diz: de poeta
e de louco todos nós temos um pouco.
Nunca acreditei nesse ditado,
pois imaginava não ter absolutamente nada
nem de louco, nem de poeta. Nunca
apresentei qualquer sintoma que me levasse
a essa preocupação, embora desde jovem
tenha participado de festivais de músicas
e poesias. Mas tudo de uma forma muito
amadora e descompromissada de qualquer
desejo que me levasse a crer que tivesse
vocação para esse mister.
O primeiro e único festival de
música de São Fidélis (meu pequeno
pedacinho de mundo) foi organizado por
mim, juntamente com um grande amigo já
falecido, Maury Mansur Simão, através do
antigo jornal carioca DIÁRIO DE NOTICIAS ,
do qual era o representante no Norte e
Noroeste do estado do Rio de Janeiro,
quando tinha apenas 18 anos de idade.
Naquela época, o Diário de Notícias era
considerado um grande jornal do antigo
Estado da Guanabara.
Foi nessa fase que, estimulado
por amigos e poetas (talvez bem mais
loucos do que eu), comecei a caminhar por
essas veredas.
Algumas poesias que apresento
neste modesto site nasceram nessa época,
nos idos dos anos sessenta, quando o
movimento da MPB estava no seu apogeu. Mas
sempre escrevia e deixava guardadas
comigo. Achava que ninguém ia ligar para
um trabalho tão despretensioso.
Com o advento do computador,
resisti ao máximo em adquirir o meu
primeiro pc. Achava que nada neste mundo
substituiria a minha Remington elétrica.
Como fui ignorante!... Hoje não
sei se conseguiria trabalhar sem o
computador. Nele aprendi a pintar e a
bordar. Não uso mais cavaletes, paletas,
pincéis, telas e tintas. Meus quadros são
projetados no pc . Aqui coloco minha
imaginação para, nos finais de semana,
fazer minhas pinturas. Nele estou
restaurando o teto da nossa Igreja Matriz
de São Fidélis, para que fique em arquivo
a pintura original que já se apresenta
desbotada.
Foi graças ao computador que pude
conhecer inúmeros amigos: poetas,
escritores, pessoas simples e sofridas e
até Reitores de Universidades de países da
América e da Europa. Foi aqui que começou
a nascer à idéia deste site.
Existem na Internet cirandas de
poesias que são encaminhadas com temas
pré- determinados. Essas cirandas
percorrem o mundo e alguns poemas
apresentados nelas são colocados nos
melhores sites do gênero
Certo dia fiquei perplexo quando
vi um trabalho meu publicado no Google,
considerado um grande site de busca da
Internet.
E aí continuei a escrever meus
pequenos poemas e sonetos. Recebia por
parte dos amigos o apelo de colocar um
site no ar.
Resisti enquanto pude, até que um
dia recebi da amiga Rita de Cássia Bello
da Silva três sonetos de um poeta chamado
José Antonio Jacob. Nunca havia lido algo
igual, os sonetos dele me encheram o
coração e a alma. Mostrei os sonetos para
minha esposa, que é professora da língua
portuguesa. Ela também ficou encantada com
a beleza sutil dos sonetos do escritor.
E a Rita de Cássia continuou
insistindo em que deveria escrever um site
de poesias. Um dia ela me cobrou tanto que
fui obrigado a condicionar o lançamento do
meu site ao parecer do grande poeta e
escritor José Antonio Jacob, sobre o meu
trabalho.
Fiquei surpreso com o que ele
escreveu, e foi aí que achei que tinha
dentro de mim um pouco de poeta, ou então
dentro do Jacob um pouco de loucura.
Depois de suas considerações não
resisti e resolvi colocar este site no ar,
isso graça à insistência da querida amiga
Rita de Cássia (que ainda não conheço
pessoalmente, apesar do estreito laço de
amizade que já nos une), uma pessoa
extraordinária que conheci fazendo
formatações e que me deu de presente a
felicidade de tê-la como amiga e grande
parceira nessa tarefa.
Acho que o brilho maior deste
site está nas suas belas formatações e nas
poesias dos amigos José Antonio Jacob,
poeta e escritor mineiro (que ainda não
tive também o prazer de conhecer
pessoalmente), Sôchico Caçadô (Renan Abreu
poeta sertanejo, escritor e tio muito
querido), Antonio Roberto Fernandes
(grande amigo, escritor e poeta fidelense)
e Pedro Emílio de Almeida e Silva ( poeta
fidelense cantado em prosa e verso,
casado com a minha irmã Maria Paulina
Sardenberg Silva).
Feito esse comentário, quero
dizer que nasci em Santo Antonio de Pádua
/ RJ , mas que me considero Fidelense,
pois vim para cá com apenas quatro meses
de idade. Aqui vivi toda a minha vida e
duvido de que exista melhor lugar no
mundo.
Aqui tive uma infância
extraordinária. Tínhamos a liberdade dos
pássaros, nossa piscina era o majestoso
Rio Paraíba do Sul, e nosso campo de
futebol eram os areais desse rio.
Meus avós maternos : Manoel P.
de Abreu e Corezina Perlingeiro de Abreu
nos brindaram com dez tios maravilhosos
(Renan, Aloysio, José, Geraldo, Dirley,
Jairo, Hevaldo, Auxiliadora, Ritta e Helmo).
Tenho inúmeros primos (de
sangue e agregados) , alguns deles viveram
a feliz infância comigo em Ipuca, 2º
distrito de São Fidélis.
Meus pais já falecidos: Aggeo
Paulino Sardenberg e Niette Perlingeiro
Abreu Sardenberg me proporcionaram a
felicidade de ter mais seis irmãos (João
Guido, Maria Therezinha, Maria Paulina,
José Geraldo, Maria Lúcia e Izabel).
Costumo dizer que sou um homem
com hábitos rurais, feito a machado e a
enxó e talhado com a formação rigorosa que
nos foi imposta pela criação rígida e
religiosa de nossa Avó Corezina
Perlingeiro Abreu, tratada por todos da
família como “ABELHA MESTRA”.
Casei-me aos 26 anos com
Marlene Rangel Sardenberg, minha amiga e
companheira com quem construí uma linda
família, com dois filhos maravilhosos:
Matheus e Andrezza . Ele médico
veterinário e ela médica endocrinologista.
Vejo na família o porto seguro da vida.
Sou advogado especializado em
direito de família e consultor.
Participei do Rotary Clube de São
Fidélis e com ele criei diversas
instituições sem fins lucrativos, tendo
sido presidente e secretario da
governadoria do Rotary Club, distrito 457.
Hoje participo de um trabalho que vem
sendo realizado pela Ecos Rio Paraíba, uma
ONG com sede em São Fidélis e que tem como
presidente o amigo Mário Aurélio da Cunha
Pinto.
Através dessa ONG temos levado
às escolas de cinco município vizinhos a
orientação pedagógica sobre defesa do meio
ambiente, inclusive com o plantio de
milhares de árvores nas margens do Rio
Paraíba do Sul
Pretendo, brevemente, se a Ecos
Rio Paraíba autorizar, colocar aqui uma
página sobre o trabalho belíssimo que a
instituição vem desenvolvendo.
Mas, na verdade, o que me
encanta na vida é a simplicidade das
pessoas, o amor à natureza, o respeito aos
semelhantes e a inabalável fé em DEUS.
Quero transcrever aqui um poema
que foi feito em homenagem ao meu tio mais
novo – HELMO PERLINGEIRO ABREU –, que
acompanhava os sobrinhos nas peladas e
pescarias . Esse poema, na realidade, foi
a minha recaída e reintrodução na poesia.
Nele procuro descrever como foi
minha infância na pequena Vila de Ipuca,
2º distrito de São Fidélis, onde vivi,
juntamente com meus irmãos, tios e primos
dias tão felizes, apesar da vida simples e
modesta de nossa família. |