Iranimel



Sob o manto safira do luar,
Pisca-pisca o vagalume mimoso!
Lembro um tempo vivido, ditoso,
E uma saudade salga meu olhar...


Lá no velho galpão da memória,
Imagens antes adormecidas,
Despertam lembrando a história
Feliz, de uma infância querida!


Um vento suave e brando a soprar,
Ondulava as belas flores
Que eu inocente colhia
Para fazer um colar...


Vez por outra, entre as folhas,
Surgia uma catarininha;
Um besourinho colorido
Que se transformava em bolinha!


Certas lembranças em nosso peito
Revolvem de súbito a nos inquietar;
Cheirinho de pão sendo feito,
Resto de orvalho nas flores, a pousar. . .


Recordações que julgamos recolhidas,
Deixa-nos, às vezes, sem jeito,
Sentindo ralar dentro do peito a saudade
Daquele tempo desfeito!


Tinge-se de cinza uma tristeza
Por não poder reter em nossa vida,
Toda a pureza! E dessa alegria colorida,
Tanto amor, tanta emoção, tanta beleza!
 

 

Iranimel

 

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