Maria Granzoto da Silva

 

 

No compasso
Descompassado do mundo,
Eu passo apressada.
Controlada pelo relógio...
O amanhã é o ontem que já foi presente,
Um dia ausente, dia distante,
Dia-instante, instável...
Incontrolável na sociedade
A frivolidade.
É o sentimento, sem discernimento
Do passado...
É o tique-taque,
É o corre-corre.
Um corpo em baque
Que sempre morre...
É o dinheiro,
O companheiro que abre portas
De tortas casas
Que me dão asas e que me sorriem
Com bocas rotas,
Marotas...
É o bom dia,
É a chatice.
Quem foi que disse
Que o ser é humano?
Quem foi que disse
Que quem é quem?
Ninguém.
Morreu o nós,
Restou o eu.
Só.
Pó.
 

 

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