Maria da Fonseca
As hortênsias do canteiro
Coram cada dia mais.
Não esquecem bom jardineiro
Sempre a cuidar dos quintais.
Não creio ser timidez
O que tanto as faz corar.
Mas terá sido talvez
Porque o Sol as quis beijar!
Retribuem co’a beleza
Quem as olha com ternura,
Como encantada princesa
Sob límpida moldura.
Nunca sonhei ver assim,
Sem que à ‘strada me fizesse,
Tais flores neste jardim,
Junto ao jarro que fenece.
Em Petrópolis amava-as
Por tão lindas elas ‘starem
E com carinho afagava-as
Por Sintra me recordarem.
Agora comigo aqui,
Estas hortênsias rosadas
Lembram-me o que então vivi
Nessas paragens amadas!
Maria da Fonseca
Todos os direitos reservados à autora
Lisboa, 5.06.06
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