Ciducha
 

 


As marcas do meu tempo,
- do meu eu, no tempo -
estão nas incertezas
que aprendi a respeitar.
 


O meu mundo plano,
doce e pequenino,
não há mais...
(que menina não sou mais).
A vida tem degraus
e eu os galguei, passo a passo,
às vezes lentamente,
outras vezes apressada
desnorteada
buscando encontrar-me...
 


Cultivo quimeras
que me sulcam,
rebuscam-me...
 


Também, pudera!
Não é primavera, nem brotam flores
no jardim suspenso da minha vida,
tão cheia de cores, tão cheia de amores...
 


Ainda brilha o sol!
Que sobreviveu ao tempo,
como marcas que tatuei,
que não deixei apagar...
E às vezes me perseguem,
sonâmbulas,
incompreensivas,
questionáveis!
 


Mas são minhas,
totalmente minhas!
As marcas do tempo,
do meu próprio tempo
do meu próprio eu...
e ponto!
 

 

Ciducha

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