Angelo Paraiso Martins
Salvador -BA
Já fui colher murta e alecrim
no campo
Para fazer o meu presépio angelical.
Até hoje permanece o doce encanto
Das plantas silvestres, o cheiro de natal.
Na mesa redonda da sala eu fazia
Um pequeno bosque como fantasia.
Em meio à mesa, imitava a natureza
E colocava o menino Jesus com sua pureza.
Ao redor da mesa outros meninos ajuntavam.
Meninos de sandálias como o próprio Jesus.
Embevecidos com o perfume que exalava,
Olhavam outro menino, todos inocentes,
Sem saber que também carregariam a sua cruz!
Os dias se passavam e mais alegres ficávamos
para o dia do nascimento,no coração dos
homens,
daquele menino. Para adiante, com tristeza,
fitarmos
o menino já homem, triunfante, montado num
jumento
e depois carregando a insensata cruz até o
calvário.
Antes o menino não crescesse e a gente
também.
Bastava o cheiro puro e ingênuo da natureza
E irmos de mãos dadas com aquele menino para
o além
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