Antonio Manoel Abreu Sardenberg

 

Marco o tempo e o contratempo
Pego com garra o labor
Tiro o tirano do trono
Livro da lavra o escravo
Removo a peia e o cravo
Dou alívio a sua dor.
 


Lanço o laço livre ao léu
Troco a tranca por tramela
Sovo a massa na gamela
Fito as estrelas do céu.
 


Eu cavo no campo a cova
E nela lanço a semente

Dos noves eu tiro a prova

Com tudo isso comprovo
Que respeito minha gente.
 


Busco a brisa branda e mansa
Que alivia meu cansaço
Dou a rosa de oferenda
 Entrego a mais linda prenda
A quem me der um abraço.

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