Antonio Manoel Abreu Sardenberg
São Fidélis “Cidade Poema”


O ponto que se ponteia
Na ponta de um ponto só
Não firma o laço da peia
Nem ata o laço do nó.

 


Passarinho que não trina
Fica triste sem cantar,
Mulher de cintura fina
Faz qualquer homem sonhar.
 


A lixa que vira lixo
Não serve mais pra lixar,
Burro velho sem rabicho,
Mulher feia sem capricho,
Corre o risco de empacar.

 


Benzedor que benze bem
Cura espinhela caída
Mas não cobra um só vintém
Pelo bem que faz na vida...
 


Tronco que vira tronqueira
Não deixa ninguém passar,
Cria vinda de parteira
Já nasce querendo andar.
 


E eu fico aqui matutando,
Louquinho para encontrar
Um final para os meus versos
Que não sei arrematar.

 

 

 

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