

Autor: Antonio Manoel Abreu Sardenberg
Lava, lava, lavadeira,
Lava com água e sabão,
O terno de puro linho,
O vestido de algodão...

Lava a roupa da Sinhá,
Da sinhazinha e patrão
Na água limpa que corre
Do pequeno ribeirão...

Lava, lava, lavadeira,
Cantando aquela cantiga
Que aprendeu com seus pais
Trazida pelos escravos
Seus remotos ancestrais...

Lava a roupa encardida
De quem pensa ser nobreza
E não enxerga na vida
Que a verdadeira riqueza
Está nessa alma pura
Cheia de encanto, candura,
Amor, afeto e carinho,
Mais fina que o algodão
Do vestido da sinhá,
Mais alva do que o linho
Do terno do seu patrão!

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