Antonio Manoel Abreu Sardenberg
A saudade fez de mim sua morada,
É inquilina dos meus sentimentos
E de aluguel ela não paga nada,
Dela recebo dor e sofrimento.
Por onde eu ando, ela vai atrás
Como uma sombra que me acompanha;
E muitas vezes ela se assanha
Ao exigir-me sempre mais e mais.
Quis despejá-la e ficar liberto
Dessa angústia que me toca tanto
Mas ela insiste em ficar bem perto.
Quero livrar-me do pesado manto
E já não sei o que eu faço ao certo:
O preço disso vou pagando em pranto.
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