Antonio Manoel Abreu Sardenberg
Rocei a relva da roça
Limpei a erva rasteira
Fechei o fundo da fossa
Tapei o sol com a peneira.
Pintei de preto a porteira
Tranquei com trinco a cancela
Fitei a moça faceira
Pisquei o olho pra ela.
Juntei a palha com ancinho
Apartei todos garrotes
Colhi os ovos no ninho
Serrei o pau com o serrote.
Tombei a terra com o trado
Joguei semente na cova
Forrei o fundo do fardo
Refiz a rima da trova.
Ferrei o casco do burro
Cortei a crina do rabo
Pra “bóia” às dez eu parei
Comi bem, me empanturrei
De galinha com quiabo.
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