Antonio Manoel Abreu Sardenberg
Afiei o fio da faca,
Amolei minha catana,
Serrei a ponta do toco
Cortei a soca da cana.
Afinei minha viola,
Esquentei o meu pandeiro,
Acendi o candeeiro
E varei a noite adentro
Com o som do sanfoneiro.
Contemplei o céu coalhado
Com estrelas cintilantes,
Flertei a linda morena
De cabelo cacheado
Que estava ali tão sozinha
Pois brigou com o namorado.
Botei pra fora a lembrança
Que guardava no meu peito,
Abandonei os preceitos,
Virei de novo criança,
Deixei de lado a razão
E namorei a morena
No luar do meu sertão...
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