Antonio Manoel Abreu Sardenberg
São Fidélis "Cidade Poema"
Ariranha arranha a presa,
Aranha tricota a teia,
Faz charme a moça bonita,
Faz crochê a mulher feia.
Quando o dia se apressa
O homem acende a candeia,
A pecadora confessa,
O padre impõe muita reza:
O fogo dela incendeia.
Araruta faz polvilho
E dele faz-se o mingau,
Vaca dá leite ao novilho
No cocho lambendo o sal.
Surubim sobe a represa
Indo em busca do canal,
Mulher de saia rodada,
Não dança o mineiro-pau.
O coração machucado
Bate em ritmo anormal,
O homem que é afobado
Come cru e passa mal.
Eu fico aqui matutando
Para encontrar um final,
Nesses versos que eu te fiz
Sob o som do berimbau.
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