Antonio Manoel Abreu Sardenberg
São Fidélis “Cidade Poema”
O sol nasceu nesta manhã cinzenta,
Quase sem cor, sem luz e sem destino,
Quase perdido como nau sem porto
E mais disperso que alguém sem tino.
O sol nasceu nesta manhã de inverno,
Quase sem céu, sem terra e sem mar,
Como um errante louco e alucinado,
Quase sem nada para iluminar.
O sol nasceu nesta manhã tão pobre
Para um tão nobre astro que é o Rei
Que traz a luz a vida e o calor
E tantas coisas que ainda não sei.
O sol nasceu numa manhã sem nada,
Como uma estrada na escuridão,
Sem ter a luz que brilha e acalenta
Os passos firmes de nossos irmãos.
O sol se pôs numa tarde cinzenta,
Como nasceu no alvorecer do dia,
Quase sem cor, sem luz e sem destino
E mais disperso que alguém sem tino...
O sol morreu numa tarde cinzenta...
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