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COMENTÁRIOS DE JOSÉ ANTONIO JACOB
Ao ler alguns poemas do Sardenberg encantei-me de imediato logo nas
primeiras estrofes da sua poesia. O calor de animação com que o poeta
conduz a sua narrativa — soltando as rédeas da sua imaginação para
atingir o íntimo de seus sentimentos, passeando pelo seu imaginário que
é um mundo encantado — começa em uma cadência de palavras, de estilo
suave, e termina com desfechos surpreendentes.
Em determinados momentos das suas histórias ele conduz o leitor à doçura
contagiante das suas frases, que na verdade são versos puríssimos, de
bom gosto e de sensibilidade ímpar: uma sensibilidade com impressão
digital, com grife e com características próprias; típica dos poetas
pensadores e dos contempladores da alma humana.
Seus versos são firmes e coerentes, de uma beleza invulgar, passam pela
abstração dos devaneios — ao alheamento do espírito frente ao realismo
que a matéria apresenta-nos a cada momento da vida - para depois
acomodarem-se no branco do papel em forma de versos. E, ainda, trazem
idéias novas, e metáforas de apuradas coerências figurativas. Tudo isso
sem inclinarem-se à mesmice do assunto. |
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O poeta Sardenberg tem uma tendência à
gentileza das palavras, e lida com elas com o lápis e os pensamentos,
nas mãos, que são as únicas ferramentas do escritor. Seus versos variam
do parnasianismo ao modernismo sem que com isso se tornem enfadonhos,
pois que são sublinhados da elegância dos observadores fidalgos.
A arte do dialogo poético encontra-se justamente nessa simplicidade das
idéias claras; nessa categoria superior da dialética. É nessa síntese
inversa que se procede o milagre das estrofes que transferem a teoria
complexa do pensamento para a simplicidade absoluta da idéia.
Sardenberg tem essa excelência que só possuem as criaturas iluminadas e
tocadas pela divindade inspiradora da poesia.
Resta-me apenas uma observação final: trata-se de um poeta ímpar, isto é
inquestionável!
José Antonio Jacob
Poeta e Escritor
Juiz de Fora, 18/06/2004 |
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