Alambique

Do bagaço o fogo faço
Para tocar a caldeira
Que esquenta que nem chaleira
Soltando fumo no espaço

Coloco a cana no engenho,
Transformando-a em bagaço.
Do caldo faço o melaço
Que depois vira cachaça...

E assim sai a purinha
Que passarinho não bebe
Mas que desce redondinha
E só toma quem percebe
O segredo da branquinha...

E o engenho vai tocando
Fumaça na chaminé...
Cachaça é coisa nossa,
Pois agora virou bossa,
É produto brasileiro
Que agrada o mundo inteiro.
Uísque é pra Zé Mané...

Amasardenberg
 

Lenho

O entalhador lavra bem leve o lenho,
Tira a rebarba do toco com enxó,
Com o serrote serra a sobra do nó,
Vai dando forma bem firme ao desenho.

Tira com a lixa o excesso da lenha,
Joga no lixo a serragem e o pó
Cola a peça marcada no espaço
E com compasso, seu traço desenha.

Pega na peça a ponta do toco,
Bota no torno pra desempenar,
Vai dando forma ao pequeno esboço
De uma cadeira de sala de estar.

Esfrega o formão na face da tora,
Tira a sobra que tem que tirar
E, finalmente, usando o martelo,
Prega madeira bem presa no prelo,
Tá pronta a cadeira - pode sentar!

Amasardenberg

- 46 -

- 45 -

http://www.avbl.com.br