Deixem-me quieto aqui, pois eu preciso
Tomar sozinho o trago da incerteza;
Hoje não tenho em mim nenhum sorriso,
Trouxe comigo apenas a tristeza.

Vejam, lá fora a noite está acesa
E o luar que entra no bar palmeia o piso
Querendo vir sentar-se à minha mesa:
Deixem-me quieto aqui, preciso disso!

Reparem no meu copo: a luz imersa,
Que na bebida translúcida dispersa,
Chega a tingir-me o olhar de desamor...

Deixem-me, pois, beber meu amargor
Alheio às esperanças da conversa:
Deixem-me quieto aqui com minha dor!

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