CRENÇA
Quando firmava o azul e o sol abria
Ao dia a sua bem-aventurança,
O homem bom repartia à vizinhança
Toda espécie de estima que sentia.
E amanhecia cheio de esperança
De vir o dia, após um novo dia,
Para lhe dar apreço e cortesia
Conforme a sua ingênua confiança.
Depois curvava a fé que lhe convinha
À soleira da porta, e de tardinha
Fiava as horas, crédulo a sorrir.
E a noite o recolhia nesse afã
De estar sempre esperando esse Amanhã
E sempre esse Amanhã tardando a vir...
- 32 -
- 31 -
http://www.avbl.com.br