CARRETÉIS

Nem bem o sol abria os seus bordados
De luminosas cores, entre as bigas
De carretéis e fósforos usados,
Eu já premeditava as minhas brigas.

Para vencer armadas inimigas,
Eu perfilava, de olhos encantados,
Um exército imenso de soldados
Numa fileira longa de formigas.

O que passou da vida eu não senti,
O tempo inteiro eu fui ficando ali
Nos digitais alegres do passado.

Esta alma calma que inda vive em mim
É aquele menininho sossegado
Que brinca de guerreiro no jardim.

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