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A MULHER E A ROSEIRA
Essa roseira, sempre silenciosa,
Não teve em sua vida outros caminhos,
E, desde que perdeu a última rosa,
Dobrou-se sob o peso dos espinhos.
E essa mulher que passa esperançosa,
Afagando os seus filhos com carinhos,
Faz-me crer, de uma forma tão piedosa,
Que vi Nossa Senhora e os seus anjinhos.
A roseira, a chorar as suas dores,
Fica no meu canteiro, ao sol e à lua,
Descrente do milagre de outras flores.
E a mãe, que passa em frente, continua...
Esquecida dos próprios dissabores
Vai beijando os seus filhos pela rua. |
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- 10 - |
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- 09 - |
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