Ouve estes
versos que te dou, eu os fiz
hoje que sinto o coração contente,
- enquanto o teu amor for meu somente,
eu farei versos... e serei feliz ...
E hei de fazê-los pela vida em fora
versos de sonho e amor, e hei de depois
relembrar o passado de nós dois,
esse passado que começa agora...
Estes versos repletos de ternura
são versos meus, mas que são teus, também...
Sozinha, hás de escutá-los, sem ninguém
que possa perturbar nossa ventura...
Quando o tempo branquear os teus cabelos
hás de um dia, mais tarde, revivê-los,
nas lembranças que a vida não desfez...
E ao lê-los... com saudade, em tua dor,
hás de rever, chorando, o nosso amor,
e hás de lembrar, também, de quem os fez...
Se nesse tempo eu já tiver partido
e outros versos quiseres, teu pedido
deixa ao lado da cruz para onde eu vou...
Quando lá, novamente, então tu fores,
podes colher do chão todas as flores
pois são versos de amor que ainda te dou!..
Todos os direitos reservados ao autor
1914 / 1987
Biografia
José Guilherme de Araújo Jorge:Poeta.
Compositor. Jornalista. Publicitário.
Nascido no Acre, descendente da
tradicional família alagoana Araújo
Jorge. Passou a infância na cidade de
Rio Branco, no Acre, e fez o curso
primário no Grupo Escolar Sete de
Setembro. Mudou depois para o Rio de
Janeiro onde fez os estudos secundário
e superior, nos Colégios
Anglo-Brasileiro, Anglo-Americano e
Pedro II. Formou-se em Direito pela
Faculdade Nacional de Direito da
Universidade do Brasil. Foi presidente
da Academia de Letras do Internato
Pedro II, e "Príncipe dos poetas" do
Colégio Pedro II, eleito em concurso
promovido pelos jornais Noite
Ilustrada e O Atalaia. Participou de
caravanas escolares que visitaram o
Chile, Argentina, Uruguai, Portugal,
França, Alemanha, Espanha, Bélgica e
Holanda. Foi presidente de Diretório
na Faculdade de Direito e orador do
CACO (Centro Acadêmico Cândido de
Oliveira). Foi redator e diretor de
jornais políticos estudantis. Na
década de 1930, foi preso por diversas
vezes na Casa de Correção e na Vila
Militar em virtude de suas posições
anti-fascistas. Em 1953, numa escolha
inédita, foi eleito como "paraninfo"
de todas as turmas do Colégio Pedro
II. Foi candidato a vereador, deputado
estadual e deputado federal pelo
antigo Distrito Federal. Em 1970,
elegeu-se deputado federal pelo Estado
da Guanabara pelo MDB, partido de
oposição ao regime militar. Em 1978,
reelegeu-se deputado federal pela
terceira vez. Foi considerado um dos
"Dez melhores Deputados Federais" em
virtude dos inúmeros projetos
apresentados. Em 1982, ingressou no
PDT. Como jornalista, escreveu nos
jornais "Correio da Manhã", "A Nação",
"A Manhã", e "Tribuna da Imprensa",
além das revistas "Carioca", "Vamos
Ler", "Letras Brasileiras",
"Aspectos", e "Jóia". Apresentou
durante vários anos o programa
"Encontro com a poesia", nas Rádios
Eldorado, Cruzeiro do Sul, Tupi e
Nacional do Rio de Janeiro. Gravou 3
Lps de poesia: "Poemas de amor",
"Amo!" e "A sós". Publicou mais de
quinze livros de poesia. Ficou
conhecido como "O poeta do povo e da
mocidade".
Fonte de Pesquisa: Google - Dicionário
Cravo Albin
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