Biografia
Félix Pacheco - Segundo ocupante
da Cadeira 16, eleito em 11 de maio de 1912, na sucessão
de Araripe Júnior e recebido pelo Acadêmico Sousa
Bandeira em 14 de agosto de 1913. Recebeu o Acadêmico
Constâncio Alves.
Félix Pacheco (José F. Alves P.), jornalista, político,
poeta e tradutor, nasceu em Teresina, PI, em 2 de agosto
de 1879, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 6 de
dezembro de 1935.
Era filho do magistrado Gabriel Luiz Ferreira e de Maria
Benedita Candida da Conceição Pacheco. Fez os estudos
primários no Colégio Karnec na cidade natal. Em 1890
trouxe-o para o Rio seu tio e protetor, o senador
Teodoro Alves Pacheco, cujo nome adotou em
reconhecimento pelo tratamento que sempre lhe dispensou.
Aos 12 anos matriculou-se no Colégio Militar do Rio de
Janeiro, onde fez humanidades, e depois cursou a
Faculdade de Direito. Em 1897, ingressou no jornalismo,
como repórter de O Debate. Dois anos depois, pela
extinção daquele periódico, fez carreira no Jornal do
Commercio, do qual se tornou diretor-proprietário. Em
1908, casou-se com sra. Dora Rodrigues, a exemplar
companheira de uma vida de lutas e de trabalho. Tiveram
duas filhas: Ignez (Ignezita) e Martha.
Foi o fundador e primeiro diretor do Gabinete de
Identificação e Estatística da Polícia do Distrito
Federal, hoje Instituto Félix Pacheco. Foi o introdutor,
no Brasil, do sistema datiloscópico. Representou por
muitos anos o Estado do Piauí, primeiro na Câmara e
depois no Senado da República. No governo de Artur
Bernardes, foi ministro das Relações Exteriores.
Ainda que o jornalismo tenha sido a escola em que se
disciplinou na experiência e que o projetou no cenário
nacional, Félix Pacheco distinguiu-se também nas letras,
como poeta ligado à segunda geração dos poetas
simbolistas brasileiros. Com Saturnino de Meireles,
Gonçalo Jácome, Maurício Jubim e Castro Meneses, muito
trabalhou pelo movimento, colaborando ativamente na
revista Rosa-Cruz, de Saturnino de Meireles.
Os primeiros versos que publicou saíram com o título de
Chicotadas e o subtítulo de “poesias revolucionárias”.
Proclamava neles guerra à Espanha e convidava os povos
latinos a baterem-se contra os Estados Unidos. Ao
enumerar, porém, mais tarde, a sua produção poética,
Félix Pacheco nunca mais fez referência a essas
composições da mocidade.
Por isso pode-se considerar Via Crucis, de 1900, a sua
verdadeira estréia poética.
Traduziu a obra de Baudelaire, comentou e estudou a sua
obra, do ponto de vista biobibliográfico, crítico e
literário. Essa atividade literária foi coroada com o
discurso que o tradutor pronunciou em 24 de novembro de
1932, intitulado “Baudelaire e os milagres do poder da
imaginação”, publicado no ano seguinte, quando também
publicou os volumes O mar através de Baudelaire e Valéry,
Paul Valéry e o monumento a Baudelaire em Paris e
Baudelaire e os gatos.
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