Oscar Baptista
Tarde. O sol
agoniza no ocidente
Como um pássaro de ouro que se aninha,
A sombra vem descendo lentamente,
Passa, tardia, a última andorinha.
Brilha, agora, no espaço, resplendente,
A vespertina estrela, que ŕ noitinha,
Guia e conduz, amiga e previdente,
Pela montanha agreste a pastorinha.
Calou-se o sabiá, que na devesa
Saudara o pôr-do-sol. A natureza
Despediu-se da luz e da alegria.
Nesta hora saudosa, doce e calma,
Sinto invadir-me, pouco a pouco a alma
Uma pungente e funda nostalgia.
1873 -
1951
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