As poesias foram postadas em ordem alfabética pelo nome do autor

 

 

 

 

 

 

"Capital do Vale”
Amilton M. Monteiro


Entre a Serra do Mar, do sol nascente,
e a Mantiqueira, altiva e majestosa,
de sublime fulgor, à luz poente,
corre uma estrada de água copiosa.


É o Rio Paraíba, complacente
com a avidez da sede laboriosa,
de um povo valoroso e diligente,
orgulho desta Pátria venturosa!


Plantada nesse vale em meio às serras,
e à beira de um banhado deslumbrante,
cresce a cidade dona destas terras.


Nela brilham também os pirilampos,
como a apontar a todo viandante
a lindíssima São José dos Campos!



Amilton M. Monteiro
 

 

 

 

 

 

 

 


Ansiedade
Andréa Borba Pinheiro




Sinto a sua falta,
aqui, presente,
me fazendo carinho, do meu lado...
Dói saber que você está ausente...



Quero te conhecer!!
Bem que o tempo poderia passar,
para eu logo te ver,
para logo te encontrar.


A ansiedade corrói o meu peito
de tanta saudade...doce loucura...
Eu te amo, vem...chegue mais perto,
quero provar da sua suave ternura.


E, mesmo em desavenças,
continuamos a nos amar,
pois, apesar das diferenças,
eu e você, acabamos de nos apaixonar!...



Andréa Borba Pinheiro

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Coisas da Roça
Antonio Manoel Abreu Sardenberg



Afiei o fio da faca,
Amolei minha catana,
Serrei a ponta do toco
Cortei a soca da cana.


Afinei minha viola,
Esquentei o meu pandeiro,
Acendi o candeeiro
E varei a noite adentro
Com o som do sanfoneiro.


Contemplei o céu coalhado
Com estrelas cintilantes,
Flertei a linda morena
De cabelo cacheado
Que estava ali tão sozinha
Pois brigou com o namorado.


Botei pra fora a lembrança
Que guardava no meu peito,
Abandonei os preceitos,
Virei de novo criança,
Deixei de lado a razão
E namorei a morena
No luar do meu sertão...


Antonio Manoel Abreu Sardenberg

 

 

 

 

 

 

 

Caneta poética
Cândido Pinheiro



Deslizo suave sobre as folhas de outono do papel
Sou dançarina que insisto em manchar todas as linhas
E sobre elas deixar as mais lindas impressões
São linguagens do coração em versar sobre amores
E mesmo com certos temores vou saboreando os sabores
O doce e o amargo que em outras folhas já provei


Registro teus desejos e paixões, loucuras e seduções
Vontades que não cabem no segundo, pois o vento sopra o tempo
E a cada momento deixo escrita uma página com saudades
As verdades que escrevo não acontecem, são delírios e ilusões
Tento enganar o meu caminho e por isso desalinho
Na ânsia e em desatino de iluminar o teu destino


Sou formosa, delicada e elegante
Por isso sou caminhante de ir e vir a teus impulsos
Rabisco e ás vezes errante, são deslizes do meu cansaço
Mas me sinto protegida no afago terno dos teus dedos
Muitos arrepios em meu corpo no agora desta hora
Aperte-me junto a você, pois meu desejo é ser tua
Desnuda de vaidades, me entrego ás tuas vontades
Faça de mim o que quiseres e eu serei os teus dizeres
Em escritos de afazeres vou saciando os teus prazeres


Sou simples e às vezes folheada, tenho todas as cores
Pois na tinta eu me tinjo para enfeitar os teus poemas
Por isso te peço que nunca me jogues fora
Nem tão pouco me abandones quando chegar o meu final
Mas, se acaso não precisares mais de mim
Deixe-me ao menos descansar sobre a tua escrivaninha
E assim à tua espera estarei, certa de que irei encontrá-lo
Sempre que voltares a escrever...



Cândido Pinheiro

 

 

 

 

 

 

 

O outro lado da verdade!
Ciducha


Estou aqui pensando,
em verdades desconfortáveis e inevitáveis
que entram pela porta dos fundos,
subindo os degraus da escada do entretenimento.
E essa realidade aterradora
vai permeando-me como se fosse veneno...

Tinha seduzido...
Tinha exercido todo o meu encanto,
construindo paredes de mentira.
Engraçado como descrições emocionais são tão adequadas!
Nas poucas ocasiões em que se vivencia,
essas emoções de verdade,
em um resumo perfeito
da minha própria vida no momento.

Perdi a noção do que era certo ou errado...

Apenas com a certeza
que minha história tinha algo a ver
com minhas próprias emoções e pensamentos

E fui imprópria, inadequada e inoportuna.

Mas confesso:
Aqui, agora... apesar de tudo,
trago no rosto o sorriso solto
de quem sabe o gosto do amor...

Pelo menos do amor!
 

 

Ciducha

 

 

 

 

 

 

Devaneios
Edla Feitosa Costa



Repouso silenciosamente meu cansaço
E penso nos lugares por onde andei.
Vagueio mansa nas asas do infinito
Tentando sempre, ir mais além.
Dos sonhos faço a minha realidade
Na vida vou fluindo simplesmente
Sobrevivendo das lembranças
De tudo aquilo que se foi.
Refaço sem entender a mesma rota
Em busca da vida que perdi.
Nas lembranças de um passado tão remoto
Descubro o amor que tive e que deixei partir




Edla Feitosa Costa

 

 

 

 

 

 

 

Brisa
Eliane Gonçalves***


Anoitece...
Meu coração estremece...
Corro e vejo o céu
Um infinito encantador
Paisagem de luz e amor
Entre o passeio das nuvens
Encontro a imensidão
Vejo
Nuances e cores
Pontinhos e luz
Refletidos num manto celestial
Envolvida como um cometa
Sigo rumo ao estelar
Amanhece...
Meu coração se aquece
Corro e vejo o mar
O infinito e o céu
Como sonho e realidade
Fazem meu coração
Sorrir e acreditar
Que existe vida no além mar
Nesse grande mistério
Apenas um desejo
Ser feliz!
Fecho os olhos e sinto
Uma brisa suave chegar
E me levar até você
Nesse momento me rendo

Meu corpo desfalece na areia
e
sonho...


Eliane Gonçalves***
 

 

 

 

 

 

 

 

Me Perdoa...
Gilda Pinheiro de Campos
 


Meu Amor Adorado
Me perdoa se te amo tanto
Se já não vivo sem sentir teus beijos,
teus carinhos e teu sorriso...

Se sinto tanta falta,
de conversar, te escutar...

Tua alma perfumada que me guia
na escuridão desta passagem
tão atribulada por esta
encarnação...

Chegaste como uma luz no
final do túnel
Que tudo ilumina e colore...

Pintas de azul meu mundo
e com leveza e amor
me mostras como se é feliz...

Tão simples...mas que
estava fora do meu alcance
por toda minha vida
até agora...

Loucura...delírio...paixão...amor...
Não sei explicar, só sentir...
Te vejo como um anjo
cuja luz forte e clara
tudo ilumina e alegra...

Que assim seja,
eternamente feliz
esse encontro de almas
que cumprem sua missão
e deixam um rastro de amor

De boas sementes,
para germinarem
e se multiplicarem

Fazendo desta passagem
uma semeadura do bem
da alegria, do amor...
Assim seja amado meu!!!
 

 

Gilda Pinheiro de Campos

 

 

 

 

 

 

Sentimento Caipira
Graça Ribeiro


Ainda ontem enquanto eu coava o café
ouvi na janela os passarinhos cantando
e agradeci ao Senhor Deus da minha fé
a certeza de que a paz é único caminho
 


As flores dando cores ao pequeno jardim
os cachorros correndo pelo terreiro afora
a cantoria declamando poesia para mim
libertando esta saudade que já não chora
 

 

A Natureza neste dia que agora amanhece
O beijo do meu amor com sabor de prece
a viagem no sonho que nunca se esquece
 


Sonho do simples que faz tudo acontecer
enquanto escuto o pássaro e ainda rindo
batizo o meu café com o nome de Prazer.
 


Graça Ribeiro

 

 

 

 

 

 

 

Consolo
Grazi Henriques Ventura


Meus olhos não seguram o pranto,
Mesmo quando me pedem para não mais chorar.
E então minha voz me embarga o canto,
Quando eu quero tanto cantar.


Cantar para esquecer as mágoas.
Cantar e esquecer a dor.
Sorrir, com os olhos cheios de águas,
Chorando por não ter mais amor.


Amor bem sereno e verdadeiro,
Que me traga a paz que vivo a desejar.
Não o amor fugaz e passageiro,
Que só vem para me fazer chorar.


E então vem o consolo do amigo.
Dizendo para eu não mais chorar.
Eu tento, porém não consigo.
Só mesmo o tempo é que vai me ajudar.


Grazi Henriques Ventura
 

 

 

 

 

 

 

 

 

Trova
Hermoclydes S. Franco



"Uma receita de trova:
-Primeiro, esperança e fé;
Depois, uma idéia nova...
E, ao final...um bom CAFÉ!...


Hermoclydes S. Franco

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Almas Sonhadoras
Hilda Persiani



Os sonhadores trazem no olhar
Uma tristeza, uma certa inquietação,
É porque, devem trazer no coração,
Um amor que não puderam realizar.


Certamente, devem sorrir de suas dores,
Ou então, devem chorar na solidão,
Talvez, devam colher de uma desilusão
O perfume que é peculiar só das flores ...


Entretanto, eles têm a seu favor,
Uma quimera, um sonho, fantasia,
Que sempre lhes proporcionam alegria.


Esse desejo, de viver um grande amor,
Que o destino não lhes concedeu
Sonhando, em seu coração, ele viveu!...



Hilda Persiani

 

 

 

 

 

 

 

 

Personagem
Ivan Jubert Guimarães



No palco da vida, julguei que fosse mais importante,
Afinal já desempenhei vários papéis diferentes;
Já fui esportista, executivo, empresário e galante,
Tímido, desempregado, rico, pobre e inadimplente.


Meu melhor papel foi o de romântico apaixonado,
Poucos na vida amaram tanto quanto eu amei.
Claro que já chorei por amores terminados,
E sempre me lembro dos lábios que já beijei.


Sei que a vida vive nos pregando peças
E que mesmo assim ela sempre foi boa,
E já sorri bastante, fui feliz à beça.


Não reclamo de minha vida, pois vivi o bastante,
Atuei com muita vontade e, se já não rio à toa,
É porque na novela da vida, tornei-me um figurante.




Ivan Jubert Guimarães
 

 

 

 

 

 

 

Afronta Impiedosa
José Antonio Jacob



Em cada rua há um vendedor de flores
E anda distante o Dia de Finados;
Casais se beijam murmurando amores,
Também não é Dia dos Namorados...


Essa cidade tem muros dourados
Por onde passam brisas sem rumores
E nos salões de imperiais sobrados
Divertem-se os nobres sem pudores.


E o céu é tão azul que dói na vista,
O mar parece capa de revista,
E ao longe nos acena um iate à vela...


E o que mais nos afronta e desiguala
É o luxo se exibindo na novela
E essa pobreza muda em nossa sala.



José Antonio Jacob
 

 

 

 

 

 

 

Utopia Virtual
José Ernesto Ferraresso



Quem diria que em apenas um toque,
E eu pudesse sentir algo assim,
Chegou de repente para ficar,
E no meu coração se alojar.


A distância é grande,
Até parece amor ideal.
Algo novo aconteceu,
Encontrei meu amor virtual.


Esse encontro veio do acaso,
Tornou-se uma real paixão.
O tempo passou, virou um caso
Ao interagir-se com meu coração.


Quando esse contato digital acontece
Uma força em mim estremece
Pura reação de um amor real,
É a minha paixão virtual.


Não consigo definir este amor,
Que um dia ou outro terá seu fim.
Mas enquanto esse virtual amor durar,
Vou vivendo essa utopia de amar.




José Ernesto Ferraresso
 

 

 

 

 

 

 

 

Bolo de Nozes
Maria da Fonseca



A minha Filha do meio
Muito gostava de bolos.
Escolhia-os com recheio,
"Duchesses", tortas e rolos.


Não era só p'ra os comer.
Revelava-se doceira!
E, para nos surpreender,
Fazia-os bem à maneira.


Certo sábado com Sol,
Nova receita a tentou.
Imitando o rouxinol,
Ao meu ouvido cantou.


- Vou de nozes precisar,
P'ra teu bolo favorito,
Te poder apresentar,
Saboroso e bonito.


Fiz-lhe a vontade, curiosa,
Trazendo o que me pedira.
E nessa tarde, afanosa,
A minha Filha cumprira.


De nozes, um bolo fez,
Muito gostoso e perfeito.
Falou-se numa outra vez,
Para repetir o feito.


Decorrida uma semana,
A Menina relembrou,
Bem contente e toda ufana,
O bolinho que agradou.


Como nozes eu não tinha,
Sugeri-lhe que usasse,
Ao passar pela cozinha,
Amêndoas, e que as pelasse.


Muito bom ficou o bolo
Saído das suas mãos.
Foi generosa a compô-lo,
Um pecado p'rós cristãos.


Assim o tempo passava
E minha Filha crescia.
Bolos, ela preparava,
Sempre calma e em sintonia.


Lá surgiu uma outra vez,
Em que, de noz, o bolinho,
Quis servir no fim do mês,
Fazendo o gosto ao dedinho.


Mas nada de amêndoa ou noz,
Tínhamos cá na dispensa.
Perante esta falta atroz
A Menina ficou tensa.


- Sem amêndoas, faço o bolo,
Que, nozes, devia ter.
E, no prato, vou dispô-lo
Com doces a apetecer.



Foi com enorme prazer,
Que, o bolo, saboreámos.
De noz, parecia ser -
Agradados, comentámos.


Esta receita vingou
No calor do nosso lar.
Muitos bolos preparou,
Sem qualquer fruto juntar.



Maria da Fonseca

 

 

 

 

 

 

 

Contradição
Maria Nascimento S. Carvalho


Hoje, mais uma vez, desesperada
por ser injustamente preterida,
vejo que já nasci predestinada
a amar sem nunca ser correspondida...


Mas o que me dói mais, na despedida,
é saber que fui sempre desprezada
porque foste o anjo bom da minha vida
e eu, da tua, jamais pude ser nada.


Se me pudesse ver da eternidade,
chorando de tristeza e de saudade
pelo amor que no tempo se perdeu,


Carlos Drummond de Andrade me diria:
"E agora", como vais viver Maria
sem o José que achavas que era teu?!



Maria Nascimento S. Carvalho

 

 

 

 

 

 

 

O Poeta
© Márcia Sanchez Luz


O poeta molha a face
Seca o pranto e se levanta
Deixa o prato, deixa tudo
Só não deixa a esperança.


Escreve...
Rabisca...
Pára o carro num lampejo
Desce o morro
Amarra a fala
Afia a alma
Afoga a dor
Aflige a calma
Cospe fogo se preciso.


O poeta assume a culpa
Do buraco que matou
Da faca que cortou
Do fogo que queimou
Da água que afogou
Do ar que rareou
Da dor que se assolou.


Aniquila-se...
Perturba-se...
Mas logo se levanta
Corre atrás do que esquecera
Verte a culpa, a insensatez
Tira disto uma certeza:
Nunca deixa de sentir.



© Márcia Sanchez Luz

 

 

 

 

 

 

Magia do Anoitecer
Margot de Freitas Santos



Sobre os braços da preguiceira
Contemplo o entardecer,
O sol que já é longínquo
Traz-me o anoitecer.


Sob o céu de anil brilhante
Meu pensamento vagueia,
Num roldão de lembranças perdidas,
De fadas, duendes e deusas,
Fantasias de pueril menina
Que hoje não as tenho mais.

Hoje mulher madura
Sedenta de grande paixão,
Mergulho no desconhecido
Envolta só na emoção.

E nesse romper da aurora
Entrego-me a devaneios,
E me transmuto de Vênus
Com todo feitiço e esplendor,
Entrego–me de corpo e alma
Nas bruxarias do amor.



Margot de Freitas Santos
 

 

 

 

 

 

 

Para Um Poeta
Marlene Rangel Sardenberg



Deus o fez poeta. Pobre peregrino
neste mundo de sonhos e ilusões!
Forjou-lhe a alma eterna de menino
pra resguardá-lo das decepções


das horas de espera sem chegada
que ele sente e não consegue entendê-las:
como viver na solidão gelada
quando se está tão perto das estrelas!?


Depois de tropeçar no paraíso,
cair de amores, ainda é preciso
da caminhada encontrar a meta?


Pra conviver com as angústias que o consomem,
sofre, então, como homem que é poeta
por viver como poeta, que é homem.


Marlene Rangel Sardenberg
 

 

 

 

 

 

 

Quero - Quero
Pedro Emílio de Almeida e Silva/RJ



À tarde nos campos
Dizem os quero-queros aos bandos
Quero-quero!...
Quero-quero!...
Quero-quero!...


Que “querem-querem”
Os quero-queros?
Pobres pedintes das beiras dos brejos!
Se eu soubesse
O quê o quê
Juro-juro
Dava-dava


Pobre-pobre dos quero-queros
Sou estribilho
Um eco...
Eu também quero...
Também quero...
Também quero...


Pedro Emílio de Almeida e Silva

 

 

 

 

 

 

Um Amor Transcendente
Policárpio Costa



Não quero dizer que nosso amor foi o primeiro
Nem que o nosso amor foi o mais legal.
Mas de uma coisa eu posso me orgulhar;
Porque eu sei que o nosso amor não tem igual...!


Nosso amor começou igual a tantos outros
Mas nós mesmo transformamos sem notar.
Na verdade hoje nosso amor é único;
Porque a autenticidade nos ensinou amar...!


Até nós mesmo fomos surprendidos
Com esse nosso amor tão diferente.
Ajudamos a salvar nas horas amargas;
Porisso nosso amor é transcendente...!


Mas se um dia ele se tornou mais fraco
Talvez nunca a gente possa compreender.
Mas descobrimos que esse amor é tão grande;
Que mesmo separados ele vai sobreviver...!


O nosso amor teve ciúmes como todos
Mas para nós ele é um amor perfeito.
Eu sei que um dia me roubarão a própria vida;
Mas jamais roubarão este amor do meu peito...!

 

 

Policarpio Costa

 

 

 

 

 

 

Obstinação
Professor Garcia


Quando eu vejo no espelho a crueldade,
que o tempo indiferente me causou,
começo a perceber, que na verdade,
minha infância tão linda já passou!
 


Até hoje carrego com saudade
tudo aquilo que o tempo me levou,
dos feitiços banais da mocidade
a lembrança foi tudo que restou!
 


E por lembrar da infância tão querida,
nunca esqueço do amor de minha vida
que descobri na infância, certa vez;
 


pois este amor, tão lindo e tão sonhado,
inda vive comigo do meu lado,
a encher meu lar de paz e sensatez!



Professor Garcia
 

 

 

 

 

 

 

Na Roça
Rita de Cássia Teixeira Rocha


O brilho do sol na alvorada
Trazendo o dia a nascer...
E o canto da passarada
Alegrando o amanhecer...


O sol vai iluminando a mata,
Os campos, o rio e a estrada...
A faina começa na roça
Bem cedo, de madrugada..


É o trato com a boiada
Nova vida a que vai nascer
A luta é sempre apressada
Pois, nada se pode perder.


Cada minuto que passa
Mais atividades a vencer...
Só quem luta numa roça
Consegue a tudo entender!


Mas vamos lá, moçada!
Vamos alegrar a noitada
Com um cafezinho cheiroso
E uma broa bem assada...


Rita de Cássia Teixeira Rocha
 

 

 

 

 

 

 

 

Porta dos Meus Sonhos
Roberto P. Acruche


Porta, por que fechaste
quando mais precisava passar por ti?
Por que permaneceste trancada
quando mais precisava transpassá-la?
Bati e não abriste!
Implorei, gritei e continuaste fechada.
Mudaste meu destino!
Obrigaste-me a buscar outro caminho...
Mudou o meu rumo, minha vida, a minha história...
Tantas outras portas se abriram,
tantas outras portas eu atravessei!...
Ganhei o mundo, os seus encantos
e perdi todo o meu pranto
por não haver conseguido
por mais que tenha insistido
e tantas vezes tentado,
atravessar a única porta
que em anos e anos vividos,
verdadeiramente, havia desejado.


Roberto P. Acruche
 

 

 

 

 

 

 

Ah, O Amor!
Simone Borba Pinheiro



A sensação que agora experimento,
faz bater forte este coração,
que ri e chora de encantamento
e faz do momento, pura emoção.


Faz-se explicado, o inexplicável,
no rosto suave, sempre a sorrir,
no sentimento quase palpável,
que enfeita a vida e nos faz prosseguir.


Assim é a vida, assim é o amor,
experiências vividas ao longo do tempo
em horas marcadas com sabor de vento,
às vezes gelado, outras vezes calor.


Fazer versos com rima ou sem rima
que importância isso tem,
se tenho o amor de meu bem
e seu amor me fascina?



Simone Borba Pinheiro

 

 

 

 

 

 

 

Biografia
Sonia Maria Grillo(Baby®)


Tento possuir tudo o que gosto,
do que não gosto, mantenho distância,
falsidade, injustiça, discriminação, desgosto,
soberba, tristeza, inveja e arrogância!
O que é simples me fascina e encanta
o que é complicado, o tempo irá resolver,
não sou pecadora, muito menos santa
e não me deixo facilmente envolver.
Às vezes, sou contraditória,
erro e acerto, volto atrás e peço perdão,
faz parte do meu eu, da minha história,
tento não viver só de sonho e ilusão...
Procuro seguir sempre em frente
olhar para o infinito, para os astros
viver plenamente o presente,
o que passou, deixou apenas rastros...
Tudo em mim é intenso, sou movida a paixão,
amo muito, com toda força e não sei odiar
sou um misto de razão e emoção,
diante de tudo me coloco, não sei me calar.
Minha vida, só é importante para mim
e para os que me odeiam de verdade
pois, as pessoas que me amam, essas sim,
dela, fazem parte!


Sonia Maria Grillo(Baby®)
 

 

 

 

 

 

 

 

Essência
Suely Lopes

Seres humanos
viverão de palavras
Palavras belas, bonitas
formosas
leves
doces...
sutis...
perfumadas...cor-de-rosa... azuis
Que enfeitarão a vida
Que nos fará VIVER
Que fará do nosso ser
Ser...essência...

puramente... Essência....



Suely Lopes
 

 

 

 

 

 

 

Ponto final...
Teca Miranda


Bruma sombria,
dores decantadas
sem rima ou poesia.


Letra amarga
inunda a mente,
aumenta a carga.


Partitura sem escala,
música sem melodia,
voz forte que se cala.


No tablado da vida
cerra-se a cortina,
do palco é banida.



Teca Miranda
 

 

 

 

 

 

 

Amor ou Paixão
Vanda Dias da Cruz


Meu sentimento é conturbado
Não sei se é amor ou paixão
Só sei que estando ao teu lado
Bate mais forte meu coração


Tão forte que até parece
Que do peito quer sair
Então eu faço uma prece
Quando deito pra dormir


Ao acordar meu semblante
Não esconde a felicidade
Na expectativa do instante
Em que matarei a saudade


Saudade que me atormenta
E me vejo em um deserto
No entanto ela se ausenta
Quando te sinto bem perto


Ao analisar com frieza
Esta minha confusão
Agora tenho certeza
É amor e não paixão



Vanda Dias da Cruz
 

 

 

 

 

 

 

Hoje eu sou um poema
Zena Maciel



Hoje acordei com vontade de voar...
voar...voar....voar....
Voar nas asas lépidas de um
épico poema

Ser a musa de um poeta
Deixar o ser flamejar ao vento
Valsar ao relento
Nos braços dos sonhos


Esquecer a minha triste sina
Imundar a alma com
prócleses e rimas
Rasgar a placenta da solidão

Gargalhar ao som de palavras poéticas
Pintar a dor com metáforas azuis
Aplaudir de pé as trovas
Vestir-me de prosa

Perder o controle do tempo
Viajar nos lascivos pensamentos
Beijar a boca do amor
Engravidar o coração

Ser livre!
Viver as loucuras de um poeta
neste mundo de quimeras
Fazer da vida um eterno poema!


Zena Maciel